sábado, 27 de março de 2010

Caminhos estreitos do Guerreiro

Por caminhos estreitos o guerreiro caminhou.
A sua espada pendia de seu braço, tão cançada como o seu próprio corpo.
Companheiros inseparáveis, o guerreiro e a sua fiel espada.
A dor e o suor derramados em batalhas são apenas lembranças, apenas memórias de um passado próximo que o percegue.
O guerreiro caminha lentamente para o desconhecido, não teme pela sua vida, não teme, pois nada mais no mundo poderá trazer algum fervor no seu coração.
Tantos invernos passaram, tantos verões escaldantes o encontraram, sem medos nem receios o guerreiro ultrapassou todos os obstáculos.
As vivicitudes de uma vida de batalhas não traz mágua, não traz rancor, apenas a loucura de lembrar quantas vidas ele apagou.
O destino por varias vezes tentou sequestrar a sua vida, tomar a sua alma.
Mas, por mais que tentassem corromper o seu intelecto, ele sempre recuperava para se lembrar daqueles que um dia tentaram impedir a sua missão.
Correr por caminhos estreitos está agora o guerreiro.
A glória não estará a espera no seu regresso.
Apenas a espera que toda essa dor, possa ser transformada, num fervor que voltará a fazer o seu coração bater.
A espada pendia do seu braço, como se só de um membro se tratasse.
A harmonia era tanta que tanto a espada, como o seu amo, sabiam exactamente onde atingir o inimigo.
Mas hoje, ela apenas pende de seu braço, apenas porque não há guerras para travar, apenas porque o seu amo continua a gostar de sentir o seu peso, e o seu equilíbrio.
O guerreiro continua a sua caminhada para o vazio, esperando preencher com respostas, para as suas fervidas perguntas, sobre uma guerra que apenas sabia que teria de a travar.

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