segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Simplificar

A vida é uma caixinha de surpresas, procuramos o melhor a cada dia, tentamos melhorar como pessoas, como irmãos, como amantes, sermos sempre o exemplo a seguir.
Infelizmente esquecem-se que o que esta por de traz dessa capa é uma pessoa que também necessita dos mesmos exemplos, dos mesmos impulses.
Ela me deu isso.
Transformou a minha filosofa em nossa e a minha historia em nossa.
Serviu-se da minha vida e deixou-me deitar ao seu lado.
Por agora sinto-me a flutuar.
Viajei por mundos que agora sim querem ser tocados por mim.
Por isso vou simplificar, amar e deixar amar, sentir o calor do seu corpo, e aquecer-me em dias de inverno ao seu lado.
Vencer obstáculos, descrever a parábola de sua vida e sorver o seu suor para sanar a minha sede nos dias que eu vaguear nos desertos por esse mundo fora.
Não quero riquezas, quero apenas o conforto do seu peito, e ser o abraço de quem ama.
O meu reino agora está completo. Pela simplicidade de uma voz, de um suspiro, de um sorriso, que me fazem sonhar, e acordar com um sorriso bobo no rosto todos os dias.

domingo, 12 de setembro de 2010

DUO

Bateu levemente pela minha porta, entrou, e abraçou-me.
Pude sentir aquele mel vindo do seu suor, um líquido doce e viciante.
Olhei em teus olhos, beijei a tua boca, a abracei e disse. "Bem vinda a casa meu amor."
Vi o brilho intenso de seu corpo, a felicidade, a cumplicidade, momentos únicos que uma pessoa pode pedir.
Não imagino sequer o desfecho dessa história, imagino apenas o presente, e esse presente que Deus me deu.
A sua alma completa a minha, a sua voz entrelaça-se a minha, somos um do outro, não o par perfeito, mas sim o perfeito encontro de duas almas desgarrada.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Arthur Celsa

O verão chegou ao fim...
Esse frio que chega de repente começa a fazer-se sentir com pequenos sinais, pequenas gotas de chuva que caem fria sobre meu corpo.
Estou parado junto às portas do sul.
Vejo toda a Nona Legião entrar pela muralha de Adriano... Eu apenas absorto em meus pensamentos, imaginando como seria poder sair daqui e viajar pelo mundo.
"Um tolo." Pensei logo... Tolo porque sabia que a minha condição não me permitia sair da muralha.
"Minha condição." Gargalhei quando o mestre de armas se aproximou de mim e disse. - Senhor. Não sabeis que o seu pai o proibiu de sair das mediações da muralha.
Eu o olhei de cima a baixo, e tive de acatar tal ordem. O meu pai rege esse lugar com pulso de ferro, mesmo ele se esquece que nós pertencemos à essa terra, pelo menos, eu e minha mãe pertencemos.
Ele era um general romano, a minha mãe, uma mulher bretã, bela, de olhos castanhos escuros, passeava sempre comigo de manhã, antes da muralha ter sido concluída, até que os wraths nos atacaram. Wraths guerreiros celtas fortes e seguidores da antiga religião, muito concentrados, pouco treinados, mas eficazes na arte da espada.
Naquela altura, pouco pude fazer, pois não tinha mais de 8 anos, e segurar uma espada era demasiado pesado para os meus braços. Mas vi, e choro até hoje, um grande guerreiro a brandir a cima de sua cabeça um longo machado de guerra, e fez o mesmo descer sobre o corpo frágil de minha mãe, dizendo apenas. - Nawr byddwch yn marw yn fardar. O que na língua deles quer dizer, "agora morrerás traidora.
Vi o meu pai chegar com a sua longa espada e cortar a cabeça do gigante, mas já era tarde, minha mãe morrera, e eu chorei.
O meu pai por esse motivo criou esse anti-corpo, não me deixava sair com a Legião, mesmo sabendo que eu era um dos melhores guerreiros de sua casa, muito bem treinado, e conhecedor tático de todas as artes actuais de guerra.
Em breve terei de provar a mim mesmo que sou capaz, irei reunir os meus fiéis cavaleiros. Jovens trazidos do sul, guerreiros dignos, fiéis, e mortais na arte da espada.
Chamo-me Arthur para os bretães, Artorius para os romanos, mas eu sei quem sou, e isso me bastará quando sair em procura de respostas desse domo protector que fora criado por meu pai.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Inexorabilis

O destino é inexorável...
Tentamos dar voltas para encontrar respostas de perguntas óbvias que nos surgem nos caminhos.
Mas complicamos, nunca vemos o que está a dois palmos a nossa frente.
Fracassamos e levantamos, em lutas muitas vezes sem sentido, e nunca pesamos na sua real forma o valor de cada passo, de cada pessoa.
Por fim acordamos... Acordamos e conseguimos vislumbrar a beleza natural de uma simples palavras que em português é felicidade.
Olhamos para aqueles dois palmos, ouvimos os sons, e sentimos a sua respiração.
Hoje em dia banalizamos a palavra amor, banalizamos porque sentimos a real necessidade de amar alguém, de chamar alguém verdadeiramente de seu.
Não há volta a dar, o destino é inexorável, qualquer que seja o caminho, ele nos levará ao encontro do seu prenuncio.
O meu, foi encontrar pessoas especiais, e encontrar a pessoa especial que me dará novo sentido ao meu caminho, ao meu percurso.
Em breve poderei seguir viajem, deixar-me embriagar em seu perfume, inebriar em seus cabelos, adormecer em seu corpo.
Em fim, serei, novamente feliz, novamente inspirado a continuar essa odisseia simples que é a vida.

Phyxiux Naxos