sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Arthur Celsa

O verão chegou ao fim...
Esse frio que chega de repente começa a fazer-se sentir com pequenos sinais, pequenas gotas de chuva que caem fria sobre meu corpo.
Estou parado junto às portas do sul.
Vejo toda a Nona Legião entrar pela muralha de Adriano... Eu apenas absorto em meus pensamentos, imaginando como seria poder sair daqui e viajar pelo mundo.
"Um tolo." Pensei logo... Tolo porque sabia que a minha condição não me permitia sair da muralha.
"Minha condição." Gargalhei quando o mestre de armas se aproximou de mim e disse. - Senhor. Não sabeis que o seu pai o proibiu de sair das mediações da muralha.
Eu o olhei de cima a baixo, e tive de acatar tal ordem. O meu pai rege esse lugar com pulso de ferro, mesmo ele se esquece que nós pertencemos à essa terra, pelo menos, eu e minha mãe pertencemos.
Ele era um general romano, a minha mãe, uma mulher bretã, bela, de olhos castanhos escuros, passeava sempre comigo de manhã, antes da muralha ter sido concluída, até que os wraths nos atacaram. Wraths guerreiros celtas fortes e seguidores da antiga religião, muito concentrados, pouco treinados, mas eficazes na arte da espada.
Naquela altura, pouco pude fazer, pois não tinha mais de 8 anos, e segurar uma espada era demasiado pesado para os meus braços. Mas vi, e choro até hoje, um grande guerreiro a brandir a cima de sua cabeça um longo machado de guerra, e fez o mesmo descer sobre o corpo frágil de minha mãe, dizendo apenas. - Nawr byddwch yn marw yn fardar. O que na língua deles quer dizer, "agora morrerás traidora.
Vi o meu pai chegar com a sua longa espada e cortar a cabeça do gigante, mas já era tarde, minha mãe morrera, e eu chorei.
O meu pai por esse motivo criou esse anti-corpo, não me deixava sair com a Legião, mesmo sabendo que eu era um dos melhores guerreiros de sua casa, muito bem treinado, e conhecedor tático de todas as artes actuais de guerra.
Em breve terei de provar a mim mesmo que sou capaz, irei reunir os meus fiéis cavaleiros. Jovens trazidos do sul, guerreiros dignos, fiéis, e mortais na arte da espada.
Chamo-me Arthur para os bretães, Artorius para os romanos, mas eu sei quem sou, e isso me bastará quando sair em procura de respostas desse domo protector que fora criado por meu pai.

Sem comentários:

Enviar um comentário